13 de mai. de 2011

A virtude da satisfação

Diariamente lutamos contra a pressão que  é exercida sobre nós pelas nossas próprias dívidas. Geralmente gastamos 110% da nossa renda tentando administrar as dívidas que possuímos. Somos bombardeados diariamente por propagandas e campanhas de marketing que possuem única e exclusivamente o objetivo de despertar em nós o impulso consumista e nosso desejo de comprar. Tentam a todo custo nos fazer acreditar que nossa felicidade e satisfação dependem de uma televisão de 42´´ ou de um aparelho celular mais moderno. As roupas dos atores e atrizes da novela fazem as nossas parecerem trapos velhos, não é mesmo?
Pensando a respeito disso, somos obrigados a prestar atenção a uma advertência encontrada no novo testamento:

“Acautelai-vos e guardai-vos da avareza…”     Lc 12:15

Somos gananciosos e carecemos de: aprovação, aplausos, posição social, um carro mais veloz, um escritório maior, uma casa mais bonita e mais confortável e até mesmo um parceiro/a mais atlético/a e mais atraente. A língua falada pela ganância é a do “mais”.
Como certa vez disse Epicuro: “Nada é suficiente para o homem a quem o suficiente parece pouco”. Em outra ocasião perguntaram a John D. Rockfeller: “Quanto dinheiro é necessário para satisfazer um homem?” e ele respondeu: “Só mais um pouquinho”.
A ganância tem um estômago que rosna constantemente. Se você alimentá-la estará estourando seu orçamento e arriscando-se a perder seu foco e a distanciar-se do seu objetivo.
Dito isto, posso afirmar que Deus se interessa por todos nós e ele mesmo tem uma resposta para esse nosso problema.

Em Juízes 9:8-15 Jotão relata:

"Foram uma vez as árvores a ungir para si um rei, e disseram à oliveira: Reina tu sobre nós.
Porém a oliveira lhes disse: Deixaria eu a minha gordura, que Deus e os homens em mim prezam, e iria pairar sobre as árvores?
Então disseram as árvores à figueira: Vem tu, e reina sobre nós.
Porém a figueira lhes disse: Deixaria eu a minha doçura, o meu bom fruto, e iria pairar sobre as árvores?
Então disseram as árvores à videira: Vem tu, e reina sobre nós.
Porém a videira lhes disse: Deixaria eu o meu mosto, que alegra a Deus e aos homens, e iria pairar sobre as árvores?
Então todas as árvores disseram ao espinheiro: Vem tu, e reina sobre nós.
E disse o espinheiro às árvores: Se, na verdade, me ungis por rei sobre vós, vinde, e confiai-vos debaixo da minha sombra; mas, se não, saia fogo do espinheiro que consuma os cedros do Líbano."

Ele está advertindo os israelitas sobre Abimeleque e Deus está nos advertindo sobre promoções motivadas pela ganância. As árvores dizem para a oliveira, para a figueira e para a videira: Reine sobre nós. Elas por sua vez, uma a uma, recusam o convite, pois nenhuma delas quer a promoção. Elas consideram-se felizes e produtivas e orgulham-se de suas funções. Por fim, vemos o espinheiro aceitando essa mesma proposta e recebendo sua promoção. Motivado por sua ganância e pelo desejo de ser grande.
Muitas pessoas deixam de ser boas por causa deste mesmo desejo. Nem todo professor precisa se tornar diretor, nem todo músico deve liderar um grupo, uma banda ou mesmo reger uma orquestra. A promoção pode nos levar para longe do nosso verdadeiro lugar e acabar aos poucos com nossa felicidade.
A ambição é uma péssima conselheira, pois ela diz às figueiras para não produzirem figos, às oliveiras para não produzirem azeitonas e às videiras para não produzirem uvas.
Um antigo provérbio japonês diz: “Mesmo que você durma em uma sala que tenha mil esteiras, você somente poderá dormir sobre uma delas.”
Não permita que a vontade de ter as coisas, ou o ouvido que deseja os aplausos, o afastem do que Deus tem para você. O seu sucesso não pode ser medido pelo valor do seu salário ou pela sua posição, mas deve ser medido por aquilo que você faz melhor.
Então, quando você estiver em dúvida para escolher um caminho, um trabalho ou se deve ou não trocar de emprego, lembre-se sempre de consultar a sua consciência e o seu criador e jamais consulte a sua ambição.

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