30 de set. de 2012

Aprendendo através da aflição

Por Fábio Della Pasqua

“De todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos.”  2 Coríntios 4:8-9

Por que sofremos? Por que passamos por momentos de dor e aflição?
Certamente você já fez essas perguntas e de várias maneiras deve ter tentado encontrar uma resposta definitiva para essas questões. Ao analisar o sofrimento humano somos obrigados a admitir que ele anda de mãos dadas com outra velha conhecida de todos os homens, a dor. Juntos possuem a função de nos alertar de que algo não está bem conosco ou a nossa volta.

Se observarmos com atenção veremos que quando algo nos magoa ou nos machuca, nosso cérebro recebe a informação e nosso corpo reage instantaneamente protegendo as áreas sensíveis e prevenindo que sejam ainda mais danificadas.

O sofrimento possui portanto uma mensagem que precisa ser compreendida:
“De que é impossível levarmos a vida normalmente se estivermos privados da dor”. Necessitamos dela para sabermos quando e onde está acontecendo algo que foge do padrão de normalidade, afim de nos apressarmos para buscar uma ajuda capaz de combater e vencer tal anomalia.

Pensando sobre isso sou levado a reconhecer que apesar de todo o sofrimento que nos atinge diariamente, temos que ser gratos a Deus por contarmos com certos mecanismo que nos alertam sobre os perigos a nossa volta. Esses perigos apresentam-se de diversas formas e quando não são detectados em tempo hábil, poderão certamente nos causar muitos males. Por outro lado, quando somos devidamente informados de sua presença, temos a chance de contra-atacar, combatendo-os e possivelmente vencendo-os.

Essa mensagem parece contraditória ou mesmo confusa para a maioria das pessoas. Talvez, até alguns de nós, já tenhamos orado e pedido para Deus acabar com os sofrimentos e aflições. Mas, entender que o sofrimento é necessário, nos leva a alcançar a independência e a liberdade que tanto ansiamos.

Quando passamos por aflições aprendemos a retirar lições preciosas que nos ensinam a “chegar com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno”. (Hebreus 4:16)

Porém, se ao invés disso, tentarmos de alguma forma interromper a dor e aliviar o sofrimento, perderemos as oportunidades decorrentes disso e desperdiçaremos a chance de conhecermos melhor a nós mesmos, ao nosso próximo e também ao autor e consumador da nossa fé. Søren Kierkegaard declara: “Um homem pode realizar grandes feitos e deter uma enorme quantidade de conhecimentos e ainda assim não ter nenhuma compreensão de si mesmo. Mas o sofrimento faz um homem olhar para dentro de si e se isso acontecer, então lá, dentro de si, está o começo de sua aprendizagem.”

Quando olhamos para Deus e também para dentro de nós, compreendemos que o sofrimento não tem a função apenas de causar desconforto, mas funciona como uma mola que nos impulsiona a rever conceitos, procurar alternativas e confiar que “todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus.”(Romanos 8:28a)

Nosso Salvador sabe o que se passa conosco e promete que mesmo em meio as aflições deste mundo, estará sempre conosco até a consumação dos séculos. 

Portanto, medite nas palavras de Tiago que afirma: “Feliz aquele que suporta a provação, porque uma vez provado, receberá do Senhor a coroa da vida, que o Senhor prometeu a todos àqueles que o amam.” (Tiago 1:12)